Cheira a mosto as tuas mãos
Quando vais embora
E a tua carne meu amor
Pão de tantas horas
E o teu vinho
A minha garganta plantada do teu tronco
De videira florida
De amor que só nasce
Vou ficar a olhar-te
Porque Embora é uma noite que não chega
Cheia de lábios
E olhos
E o coração que arde
E o orvalho são os nossos beijos
Sem cestos carregados de uvas
Oh não tenho carne para o amor
Nem veias onde o tempo corra para o lagar
Só te sei viver sem fim e lonjura
E palavras de um outro mar
Dou-te as mãos. Nenhum velho morre mais
Nas paredes de uma janela.
Manuel Feliciano
Sem comentários:
Enviar um comentário