11.15.2012

Cheira a mosto as tuas mãos
Quando vais embora

E a tua carne meu amor
Pão de tantas horas

E o teu vinho
A minha garganta plantada do teu tronco

De videira florida
De amor que só nasce

Vou ficar a olhar-te
Porque Embora é uma noite que não chega
Cheia de lábios
E olhos
E o coração que arde

E o orvalho são os nossos beijos
Sem cestos carregados de uvas

Oh não tenho carne para o amor
Nem veias onde o tempo corra para o lagar

Só te sei viver sem fim e lonjura

E palavras de um outro mar

Dou-te as mãos. Nenhum velho morre mais
Nas paredes de uma janela.

Manuel Feliciano

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