Ribeiro, corre ainda para trás
Sobe
Lentamente à montanha
Pedra por pedra
O leito é agora que te desço, amor
Os meus pés no teu rio
É cedo muito cedo, amor
Ah nenhuma célula se atreva
Há ternura
Crianças à lareira
Quando o meu olhar sem o teu olhar
Já se sentem
Na minha boca tão fria
O teu tronco pela brisa
Altar ainda tão nú
E as minhas mãos a asseá-lô
A flores tão somente vivas no jardim
Cheias de sede dos pássaros
Morrer é só a beleza
De te dar os meus braços
De cheirar a tua flor
As pétalas já caidas
A refazer os lábios
De uma tarde que não chega
E tudo em flor
As minhas mãos nas tuas
Maçãs que mordemos
E que nos saem da boca
E restam em brasa nos ramos
Rio por inventar na médula dos barcos
O meu rosto ferve
Na saia molhada no mar
O mar
O mar...
Onde está mar?
Que ainda nem existe, amor.
Manuel Feliciano
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