E se eu for. Em aromas de barcos
Pelos teus cabelos ofegantes
E a tua delicada boca. Eu adorar-te-ei sem medo
E se tu. Da terra mais silenciosa
Dos rios adormecidos me disseres:
- Vem por aqui estranhamente. Pelos meus braços
Saliva feita de ponte
O fim do mundo! O mar ausente.
Os lábios transparentes. Nos meus estranhos seios
A tua pele é onde o céu nasce. As ervas se orvalham
O escuro mergulha contra o teu umbigo
No barro que desconhece o corpo: As tuas pernas abrem-se
E o SOL em torno das tuas axilas gira
Na bíblia do teus poros: nos profetas da minha língua
Chove em África e as crianças bebem O Deus Verdadeiro
Não me peças para te adorar só hoje: Tu fazes parte
Da Luz mais secreta do mundo: Aquela que me tem comido a boca
Habitado o sangue! Eu quero ir. Vestido da tua brisa.
Pelo teu corpo absoluto.
Manuel Feliciano
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