11.17.2012

Os teus seios

Os teus seios, ai os teus seios

Redondos como a alma humana

Silenciosos da cor dos gemidos

beijo de mar nos olhos

Curvos com toda a extensão

Escrevem nas lascas dos lábios

A mudez a arder de gozo

E enquanto morro é vale vivo

E enquanto vivo procuro o vale

E as palavras curvas

E os beijos curvos

Que voltam ao mesmo ponto

Ao mesmo olhar

Feito de coxas macias

Qual timbre da chuva na cara

Qual sol a beliscar o arvoredo

É quando a terra deixa de existir

Nos teus seios de ardósia e uvas!



manuel feliciano

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