Disse-me que havia um jardim
Onde os ramos eram rouxos
E que os desejos doiam
Mais que as cicatrizes da carne
E o sol ensopado de noite
Sabia à brancura dos frutos
E só a beleza escoava
Na dor azul tão réptil
Mas que as pálpebras inflamadas
Embora maduras para a apanha
Fazem parte de outro Outono
E que os pássaros eram outros no diadema do sangue
Que cinge a sua cabeça.
E quando a espuma lhe abraça a cara
E quando o sal é flor vermelha
O frio é árvore que abraça
O sulco dos olhos jardim
E a terra negra uma estrela
O único cérebro do corpo.
manuel feliciano
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