As flores secas num lugar improvável
Deram-nos as mãos num jardim verde
E os cânticos dos pássaros que não estavam
As maçãs douradas no gume do riacho
E as palavras adormecidas no sangue das folhas
Era a maravilha das fontes a desenlear
O nosso próprio amor a arder noutra vereda
E o vazio era um seio quente
E a inquietude as línguas no sossego do céu
E o fim o ciclo húmido da rosa
E a secura soube-nos a água pelos braços
Dos pés a cabeça a latejar na brisa
O verbo a refulgir nos ângulos já mortos
A vida prolongada em pedras maduras
Pingou-se-nos o corpo na constelação dos olhos
E os pés seguiram mesmo fora dos muros.
manuel feliciano
Meu caro, cheguei até aqui pela divulgação deste poema seu pela Lilly Falcão no FB. Impressionou-me teu trato com as palavras. Um escrever que me atrai muito. Muito bom encontrar coisas de qualidade assim na internet.
ResponderEliminarAbraço!
Obrigado pela sinceridade, espero corresponder às expectativas.
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