Hoje todo eu sou uma larva
E o meu céu é uma maçã
Lançada ao vento
Nos olhos da terra
Voltados para as costas dos pinheiros
Para a visões que não engolem
E a caruma é o mar verde
E as minhas mãos sombras de pomares
Onde tu estás tão presente
E o meu grito é silêncio
Mas tem carne
O hálito da tua boca
Cheira à flor da tua pele
A cadeira onde te sentas e tomas amor comigo
Numa chávena sem fundo
E as madrugadas onde tu não estás
E as palavras fechadas dentro das cartas
Tão abertas como se a vida as quisesse
E o teu colo as acolhesse
São patas de caranguejos
Fogem da espuma do mar
Atravessam os limites da vida
Sem as rédeas onde as pernas tropeçam.
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