5.16.2011

Não mais morreremos

Não mais morreremos



Porque o teu beijo fica para além





Dos barcos submersos Na voz do mar



Dos ouvidos

Deixados no silêncio das pedras





No fundo do abismo e das ilhas



Desencontradas

De estrelas apagadas no escuro



Das areias sem conchas



Da existência húmida dos ferros



Que a nossa boca

Fez flor

Planicie extensa

Palavra prolongada

Braço não palpável



Enquanto iamos ao fundo



De todos os frutos que não vimos

Numa visão longínqua

Vestida de uma manhã

Cheia de sementes e pássaros

Sedenta

Descobrimos o milagre

Fora da armadura do corpo

Amadurecemos sem sol

Colhemos só de querer O firmamento da rosa

Sem margens

Nas faces E fomos





Por entre línguas trémulas que não mais acabam.





manuel feliciano

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