Hoje eu quero ser cão e não mais que cão
Se me prometeres que me dás migalhas
Da tua bela boca com as quais te dispo
Nesse teu sorriso de pérolas
Com o conforto de que há tudo
Nas sílabas virgens da pele
Que o estômago vazio sonha
Eu juro que isto é muito mais que o céu
Que o aveludado da comida
E se por ventura
Me quiseres dar as mãos
Eu preferia que mas desses frias
Porque são as frias que têm os barcos
E que esperam comigo lapidar caminhos
Evolar-me numa nuvem cor de rosa
Ver-te dançar alegre nos meus ombros
Corrermos por entre campos tão líquidos
Sentir o orgasmo na flor que não seca
E se por ventura mas quiseres dar quentes
É provável que o teu peito seja um texto cheio
Que não permite os mistérios da minha língua.
manuel feliciano
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