O meu estômago está cheio de estrelas
É preciso que as escutes contra as tempestades
Que as engulas antes que chova
Ergue as velas dos olhos no escuro
Como quem vai descalço em espinhos
Porque os olhos são colheres vazias
Vê por dentro sem quaisquer muralhas
Os rostos que pouco ou nada dizem
Vê-las é o menos interessante
Escuta-as com o silêncio das mãos
Na força das raízes que crepitam
Com um grito enrolado no oceano
Como se a tua boca chorasse num parto
Como eu habite todo o teu silêncio.
manuel feliciano
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