Quando quieseres dizer que me amas: diz mãe
E o coração saber-te-á por inteiro
Não me abraces: diz amor amor em gestação
Depois acarícia o feto e alegra-te
Como uma flor transformada
Com a voz dentro de outra voz.
Não me beijes: Sente a tua barriga em lume
A iluminar-te sem peso
Com o teu corpo vergado
E um pouco mais de ti a estender-se
E o teu eu em outro eu.
E se por ventura chorares
É porque às vezes o choro é uma forma de sorrir profunda
E o amor é um filho dentro da boca
E o ombigo é o rio que nos enlaça
Quando quiseres dizer que me amas: diz mãe
Mas não te esqueças com o mar nos lábios
Porque o amor dói como o sol em carne
O amor é morrer para ser outro.
manuel feliciano
Maravilhoso, Feliciano! Sou mãe e sou filha tambem ... Comoveu-me e retratei-me nas suas palavras!
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