Trago na minha alma
Uma mulher tão magra e húmida
Que me crava enlouquecida os dentes de desejo.
E o meu gemido incendeia o escuro
É a minha dor é um cacho de uvas
E o meu silêncio é carnal e táctil
E eu beijo como quem desenha sem tinta
A estrada que só conhece a pele
Não nos nega nada e a terra é fértil.
Porque os lugares sou eu só que os faço
Porque a ausência é um corpo de astros
E um cheiro que sobeja estrelas.
E como nós dançamos em forma de barcos
E peixes zonzos vagueiam pelo sangue
E os meus olhos doem-me como úlceras
Eu trago-te toda em mim despida
E não ter nada é um orgasmo nas tuas coxas
E não ter nada é um sorriso de boca aberta
E não ter nada é o coração no mundo
E a pobreza em nós é toda chama
E o nosso estômago é um luar cheio de céu.
manuel feliciano
Sempre que se acende uma luz, nasce uma sombra!
ResponderEliminarBonito poema!
Abraço dos Alpes
Obrigado!
ResponderEliminarUm abraço
manuel feliciano
Poema perfeito Feliciano. "...E eu beijo como quem desenha sem tinta..." Um beijo de cores no teu rosto.
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