9.29.2010

Boca

Tua boca avermelhada
Gruta húmida dos mares
Como abelha buscando a flor
Por entre o pólen da rosa
Línguas em gomos amarelos
Tocando corais no escuro
Feitos de farinha e água
E fermento em levedura
Hienas em predação
Erguendo o pénis do chão
A pedra é uma macieira
Ao grito do corpo em tremura
Por entre palavras mordidas
Ao nosso doce beijar
Tocam-nos carícias por dentro
Com mãos feitas de brisa
Por entre deslizantes grutas
São bocas em mar sem fundo
Pássaros vermelhos de saliva
No teu requebar em brumas
Despenham-se nas ondas na areia.


manuel feliciano

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