Olha-te por dentro
Como uma alva rosa
E retira o pó
Que te consome o pólen.
Grita às estrelas
Que te oferendem os olhos
E quando crianças
Não te morrerem à sede
Colhe pêssegos
Maduros nas têmporas.
E deixa que no Chade
Alguém tos coma
Escorre a surdez
Com que viveste
Vislumbra o rocio de anjos
Acordarem-te o cadáver.
E quem sabe assim
Por baixo de um rio que voa
Possas ser merecedor
Da tua própria morte.
Manuel Feliciano
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