Não vivas só por viver,
Não digas só por dizer,
Não ames só por amar,
Não queiras ser só mais um,
Como quem é nenhum,
E pensa ser muito mais,
Que uma gota de orvalho.
Rio sem boca.
Rio sem braços.
Rio sem sexo.
Olhar minifundiário.
Correndo sem ter leito
Atravessando
A rua branca de lodo
Para se fundir no mar
Como um abraço que se desfaz.
Onde a laranja amarela
É pútrida.
Farol na costa.
Nasceu na árvore sem flor
Sem qualquer abundância.
E os barcos soluçam à espera
Da profundeza das águas
Das montanhas submersas.
manuel feliciano
Sem comentários:
Enviar um comentário