9.29.2010

O amor e a terra

Nasce-te o sol por detrás dos seios
Feito do mel doce das abelhas
Reluzindo-te as rosas – aureolas fontes
Um pássaro de sede vem beber-te a água
E tu num suspiro a manhã desposas
É dia de lavra no teu corpo baldio
Os meus dedos – arados remexem-te a terra
E tu na carícia abres-me a vulva
Onde eu lanço com amor as sementes em gotas
E tu em louvor abres-me a mina
Que eu em loucura levo às searas
Em teus cabelos enleados em minha espiga de milho
Pedes-me arfando em movimentos de cavalos
O céu, o fogo, a água, os poros abrindo-se
colhendo o sémen que alivie as raízes em fogo
Com os teus dedos clamando ternura
Os lençóis desfeitos evolam-se em nuvem
E o sol escondeu-se nas veredas das nádegas!


manuel feliciano

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