Os sonhos são tão reais
Como a probabilidade de Eu ter nascido
E toda a natureza que me rodeia
Sou a consciência
Trágica de um sonho
Maravilhoso
De mel
De abelhas
Raízes chupando a ardósia
Numa rua voltada p'ra areia
Com uma mulher de costas ao fundo
E em navios de névoas
Pelo Porto da memória
Sigo naturalmente em frente
Por ondas em ruínas
Branquinhas e salgadas
Que sabem a um todo sempre
Pelo Oceano Atlântico
A caminho das américas
Como quem vem de regresso
E só está na janela a fitar o navio
Com as mãos quentes
E os pés em gelo
À espera de um porto com os braços abertos
Deixa que te ofereça um ramo de rosas
Quando te secarem
Podes jogá-las fora
Eu serei um barco entre os teus sentidos
Âncora de saliva dentro da tua boca
Não gosto de portos sem atracagem
Palavras de fogo sem luminescência
Podes-me pisar que eu só o pó da terra.
manuel feliciano
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