9.07.2010

Liberta-te

Liberta-te
Nasce o sol nos verdes montes
Descendo pela serra do Marão
As águas correm-lhe nas costas
E cantam pelos cabelos da vida
Que se entregam com amor ao mar
E quantos marujos amargurados
Com ovelhas e um cajado
Conhecem o sal desta vida?
Mas nunca lhe dizem que não
A pobreza é uma alegria
Quando a aceitamos por bem
Uma côdea seca de pão
É cristal no céu estrelado
Na casa da escuridão
O pobre é estátua de pedra
Com um pássaro sem asas
O doente vidro quebrado
Com as algemas nas mãos
Mas não deixa de ser digno
Mesmo se o rico é luxúria
A felicidade não compra
A caravela de trigo
Que nos leva ao Destino
No doce cantar de ceifeiras!
Alegremo-nos com todo o pouco
Bebamos mesmo onde não há
Olha a dor é um passarinho
Não o quero na gaiola
Do meu corpo cheio de grades
O capitão é o mistério
Conhece o porto já de cor
Por favor batam-lhe palmas
O importante é que cheguemos
Onde nem os olhos sonham.




manuel feliciano

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