4.10.2011

O amor

Meu amor sente de longe o amor comigo

Mas não me queiras dar os teus cabelos

Deixa que eu conte os séculos nos fios

O tempo em que andavamos desnudados

Em que tinhamos fome mas eramos felizes

E nos alimentavamos do cantar das aves



Também por ventura não me dês as mãos

Porque importa-me que elas sejam pássaros

E que levantem sempre quando as toque

Comer-lhe uvas em dias quentes de Verão

E quando o Inverno se apoderar da pele

Deixa que elas sejam o meu próprio fogo



E se o teu sorriso me quiser assaltar a boca

Deixa uma nesga de fora para tomar mais tarde

Senão eu saberei já tanto do campo e das flores

E eu quero-te degustar como pela primeira vez

Em que latejavamos para saber o que era um beijo

E o amor era o desejo de mãos dadas em gestação.







manuel feliciano

1 comentário:

  1. Bom-dia, Manuel Feliciano!´A página onde deixei o comentário a que respondeste esteve indisponível toda a noite, por isso vim aqui pedir-te desculpa, pois pela tua reacção, ter-me-ei enganado no teu nome. Quanto ao ardor, é claro que depende do contexto. É assim com todas as palavras. Há semppre o texto e o contexto. Por isso e porque há essa coisa chamada subjectividade, a linguagem é uma fonte de equívocos. Ao dizer ardor quis dizer paixão.

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