9.22.2010

Os poetas e as mulheres loucas

Os poetas conhecem mulheres admiráveis
Mulheres puras
Sem pressa
Sem rush pós parto
Imperfeitas em toda a perfeição
Que tragam deliciosamente
E olham sem esgoísmo.

Que amam deficientes
Loucas
Anjos
Abandonadas
Sem a doença da sanidade
Mulheres que vêem para dentro
Imprevisíveis
Impossíveis com toda a possibilidade
Não teatrais
Não virtuais
Bissexuais
Alternativas
Vivas de eternidade
Como brasas à chuva.

Agora aqui
Nestes cantinhos abrigados
De chão e ervas
Onde os sexos florescem
Mesmo no Outono
Em bicos de pássaros
Viagem aos astros e à lua
Verdadeiras
Nas asas de um gemido
Com sumo de melancia
Siderais com os corpos presos
Na chama, na lama, multifacetadas
Abraçam-me em arco-iris
Com um só rosto.

Desertamente habitadas
Onde um vaga-lumes nos leva
Por lugares únicos
Sem gravidade
Como o rasgar de um orgasmo
Melhor que um pêssego
Por que os poetas e as loucas
Andam de mãos dadas
Na maior sanidade e às claras
E não se escondem.



manuel feliciano

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